sábado, 15 de setembro de 2012

Visão de Paradela da década de 70

Pequena aldeia tansmontana com aproximadamente 300 habitantes.
A principal rua era a direita. No meio da aldeia um largo, rodeado pela igreja, os tanques colectivos, onde as novidades corriam de boca em boca, o jardim da Casa Gama com árvores lindas e raras ( que pena terem sido trocadas por esqueletos de casas inacabadas), o tanque bebedouro dos animais, a fonte , onde as senhoras sentavam à tardinha para saberem das notícias mais recentes e verem o vai e vem do largo. O meio desse largo era enfeitado por uma bica de água cristalina, onde as raparigas enchiam seus cântaros de água e um lindíssimo chorão, onde os homens jogavam cartas e tomavam vinho.
O Largo era palco de todos os acontecimentos do lugar.
Em Paradela existiam duas mercearias, a do Sr. Abílio Figueiredo no Largo e a da Marquinhas no Curral. Ali podia-se comprar o que a terra não fornecia.
Os campos eram todos cultivados por: belas searas ,vinhas, olivais, cerejeiras etc..
As famílias eram ordeiras e simples. Os mais velhos aceitavam a vida tranquila do campo. Os mais jovens saiam sequiosos de conhecer o mundo. Porém, quase todos voltavam para as férias de verão.
Não importava a casa simples ou a mesa tosca, mas farta de pão e afecto.
Foi nesse lugar mágico que nasci, passei minha infância e vivi os amores platónicos próprios da juventude.

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