Uma pequena aldeia com aproximadamente 300 habitantes.
A Rua Direita era a principal,(ainda hoje é assim) no meio da aldeia uma igrejinha, os tanques coletivos, onde as novidades passavam de boca em boca, o jardim da casa Gama com suas árvores lindas e raras, ( pena serem arrancadas e trocadas por esqueletos de casas inacabadas ) um largo, palco de todos os acontecimentos do lugar, um chorão lindíssimo dava frescor às tardes quentes de verão e guardava muitas histórias e alguns segredos de várias gerações. Homens jogavam cartas e bebiam copos de vinho. Ah! A fonte onde as senhoras sentavam para saberem das notícias mais recentes e verem o vai e vem do largo.
Em Paradela haviam duas mercearias/bares, a do Sr. Abílio e da Marquinhas , onde podia-se comprar o que a terra não fornecia e ainda tomar alguns copos.
Os campos eram cultivados com belos trigais, batatais, vinhas, olivais, lindas cerejeiras e muito mais...
As pessoas eram ordeiras e simples , aceitavam tranquilamente a vida do campo. Os mais jovens saíam sequiosos para conhecer o mundo. Porém, quase todos voltavam , nem que fosse para passarem as férias de verão.
O Mês de Agosto era sempre uma festa. Bastava um toca discos, meia dúzia de pares, o baile estava armado, claro, com o nosso querido Diamantino abrilhantando o baile.
O Mês de Agosto era sempre uma festa. Bastava um toca discos, meia dúzia de pares, o baile estava armado, claro, com o nosso querido Diamantino abrilhantando o baile.
A aldeia só ficava cheia realmente na apanha da azeitona, vinha gente de todo lado, cantorias eram escutadas pelos campos , cantigas de amores sofridos, de filhos que foram para a guerra, etc... e assim, amenizava-se o frio.
Quem não lembra das anedotas do Nuno, dos bons-dias do Sr.Mário da Cacilda , Do Sr. Manuel Estopas trazendo a mala do correio de Mascarenhas por anos e anos a fio, cada carta trazida para mim, era paga com um copo de vinho, do Alcino ameaçando o Santo António ,caso chovesse no dia da festa, da mota do Zé Curina subindo pelas paredes, da joaninha do João Barragão e o carro do Carlos Alberto quebrando o silêncio do lugar. Tantos outros que ficaram nas lembranças.
Foi neste lugar mágico que nasci, vivi meus amores platônicos, tão próprios da juventude.
Foi neste lugar mágico que nasci, vivi meus amores platônicos, tão próprios da juventude.
Não importava a casa simples ou mesa tosca , mas cheia de pão e principalmente de afeto.
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